Em um trabalho conjunto entre a Comunicação do evento e o ilustrador Jun Ioneda, edição 2025 inova na linguagem visual trazendo cores e elementos repletos de simbolismo

Por Thiago Lucas

A identidade visual do 33º Festival de Curitiba, vibrante e cheia de simbolismo, foi criada especialmente para 2025 e reflete conceitos como pluralidade, celebração e conexão com a cidade e as pessoas. A exemplo dos três últimos anos, a Comunicação do evento novamente apostou em inovar a linguagem.

“Depois de três décadas mudamos a logomarca do Festival. Retiramos as máscaras que integravam a versão anterior, mas para que a transição fosse mais suave pedi a um ilustrador para desenhá-las de maneira que ainda participassem da composição da linguagem do evento”, explica Dani Zaha, diretora de Comunicação. As máscaras são um símbolo mundial do teatro e que também são usadas como representação folclórica e cultural.

Ela complementa que a ideia inicial era fazer isso ao longo de três anos, sendo 2025 o último. Entretanto, os planos mudaram. “Agora queremos fazer isso sempre!”, destaca a diretora, complementando que desde então têm buscado um ilustrador cujo trabalho case com o conceito proposto para a edição, como do designer paulista Jun Ioneda, que assina as ilustrações do 33º Festival. “O estilo dele é único e com certeza impactou a percepção das pessoas sobre o evento”, conclui Dani.

O teatro invade Curitiba

Integrante da equipe responsável pelas aplicações e leiautes da nova linguagem do evento, o designer gráfico Vitor Villarinho comenta que a proposta é de que as ilustrações representem o teatro e as artes invadindo a cidade, em uma grande celebração. “O Jun cria mundos fantásticos, ao mesmo tempo expressivos, bem-humorados e misteriosos. Quando vimos pela primeira vez o trabalho dele, achamos que seria perfeito para representar as facetas do teatro e os conceitos do Festival”, comenta o profissional.

Ele ainda pontua que o resultado final, fruto de um trabalho conjunto, representa bem isso: “A cidade transformando-se em um grande palco, com cada janela desenhada funcionando como um portal para diversas atividades, palcos, histórias e olhares”, destaca Villarinho.

O processo de criação

Em entrevista para o site do Festival, Jun Ioneda informa que iniciou o processo de criação a partir de suas influências, que vão do universo dos videogames à ficção científica e à fantasia, utilizados na construção do projeto e que buscam traduzir a diversidade, a energia e a própria essência democrática e plural do teatro.

“Meu trabalho tem bastantes elementos inspirados também no surrealismo e na cultura oriental, que são coisas que cultivei ao longo da minha vida”, explica Ioneda, que tem origem japonesa. “Outro fator interessante é que as máscaras são elementos muito presentes na Ásia, então essa temática sempre aparece no que faço, de alguma forma”, conta.

Ele acrescenta que a identidade traz uma mistura de expressões culturais e teatrais, com cores intensas e personagens que transitam entre o surreal e o lúdico, ainda com um pouco de humor brasileiro. “Gosto muito do cara que tem uma cabeça de coxinha. É um dos meus favoritos, porque é algo bem brasileiro”, revela o ilustrador.

Por fim, ele comemora a recepção positiva do trabalho. “Tem sido muito especial ver as fotos que as pessoas enviam da minha arte espalhada por Curitiba, nos pontos de ônibus, outdoors e outros espaços. Acompanho tudo de longe (do Brasil) e fico muito feliz.”

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