Diretor e atriz Louise D’Tuani disseram que ainda não decidiram como vai terminar peça que estreia amanhã no Festival de Curitiba

Por Gabriel Costa e Sandro Moser

Rodrigo Pandolfo e Louise D’Tuani. Foto: Annelize Tozetto.

Meio brincando, meio falando sério, a atriz Louise D’Tuani e o diretor Rodrigo Pandolfo disseram, durante a entrevista coletiva à imprensa no Festival de Curitiba, que ainda não sabem como será o desfecho da peça Alaska, cuja primeira sessão na Mostra Lucia Camargo acontece amanhã (29), às 20h30, no Guairinha. Há uma segunda sessão no mesmo local, no dia seguinte, às 19h.

“A gente é muito inquieto, então, assim, a cada apresentação tem uma coisinha ou outra que muda. A gente tá repensando o final da peça aqui, por exemplo”, disse a atriz, durante a conversa na Sala Ney Latorraca, no Hotel Mabu, na manhã desta sexta (28).

A peça é um projeto dela, que conheceu o texto da americana Cindy Lou Johnson em 2011. Quinze anos depois, ela convidou Rodrigo Pandolfo para dirigi-lo e, depois, o convenceu a atuar a seu lado. “Por incrível que pareça, acho que hoje ele está ainda mais atual. Na época em que conheci, não se falava tanto sobre doença mental. Hoje, é difícil alguém que não saiba ou não conheça alguém que passou por isso”, afirmou a atriz.

Esta é a segunda direção de Pandolfo e a primeira em que ele dirige a si mesmo em cena. Ele, que tem uma carreira sólida de ator e atuou em duas das maiores bilheterias da história do cinema brasileiro, Minha Mãe é uma Peça 3 e 2, disse que ainda se confunde na hora de fazer o ator conversar com o regista.

Segundo o diretor, a trama gira em torno do encontro entre alguém que quer se esconder e alguém que precisa fugir. E busca manter o máximo possível de leveza para abordar temas como solidão, traumas, morte e saúde mental.

Segundo Pandolfo, o espetáculo comove as pessoas justamente por tocar nesses pontos. “Todos nós passamos por momentos de vazio. A gente é só por natureza. A gente veio só, vai morrer só. E, quando entendemos isso, é assustador. A peça fala muito sobre esse vazio, esse estar no mundo por meio do olhar do outro. Como se a gente só existisse em relação. O olhar do outro nos dá presença, nos dá vida.”

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