Proposta aproveita efervescência do período, quando artistas do Brasil inteiro estão na cidade, para promover debates, encontros e palestras
Sandoval Matheus – Agência de Notícias do Festival de Curitiba
O diretor Gerald Thomas, durante a edição de 2022 do Interlocuções. Crédito: Annelize Tozetto.
Estimular o público a pensar sobre arte e cultura, ampliar percepções estéticas e ainda contribuir para a formação dos profissionais locais dedicados ao teatro. Esses são os propósitos do Interlocuções, um circuito de debates, encontros, palestras, oficinas e lançamentos de livros que desde 2017 integra a programação oficial do Festival de Curitiba.
“Essa mediação entre o Festival e a cidade é tão importante quanto os próprios espetáculos em cartaz”, assegura Giovana Soar, curadora e coordenadora do evento. “É um jeito de deixar rastros e pegadas pela cidade, deixar um legado pra quem é daqui.”
O Interlocuções aproveita a efervescência do período, quando artistas consagrados do Brasil inteiro circulam por Curitiba, para se apropriar da expertise e da experiência acumulada por eles ao longo de suas carreiras.
Em 2023, uma dessas contribuições virá da premiada atriz, diretora e dramaturga Janaína Leite, que chega a Curitiba com dois espetáculos na Mostra Lucia Camargo, principal vitrine do Festival: “Stabat Mater” e “Vienen por Mí”. Entre um e outro, ela passará, no dia 30 de março, pelo Centro Cultural Sesi, para oferecer uma palestra sobre sua trajetória artística e seu processo criativo.
“A Janaína é hoje um das expoentes da direção teatral no Brasil. Tem pesquisas muito particulares, muito aprofundadas. É uma grande oportunidade, talvez única, de aprender com ela”, sugere Giovana Soar.
Um dia depois de Janaína, quem passa pelo Sesi para dar uma aula magna é o professor, escritor e ativista indígena Daniel Munduruku. No encontro, ele falará de seu livro “O Karaíba: uma história do pré-Brasil”, publicado em 2010. Recentemente, a obra ganhou uma adaptação teatral que agora chega ao Festival de Curitiba.
O Interlocuções também prevê as chamadas “ações críticas”, bate-papos conduzidos por críticos teatrais logo após algumas apresentações de espetáculos. Este ano, são seis os profissionais convidados: Luciana Romagnoli (Paraná), Daniele Avila Small (Rio de Janeiro), Francis Wilker (Ceará), Guilherme Diniz (Minas Gerais), Lais Machado (Bahia) e Rodrigo Nascimento (São Paulo).
Ao todo, ainda fazem parte da grade mais 12 oficinas, três lançamentos de livros e dois debates que têm jornalistas e estudantes da comunicação como público-alvo. A programação completa pode ser encontrada na versão online do nosso Guia Oficial, a partir da página 50.
A participação é totalmente gratuita, financiada pelo Festival, mas está sujeita à lotação dos espaços. Por isso, alguns eventos contarão com transmissão ao vivo via Instagram, pelo perfil @interlocucoes
As inscrições para as oficinas devem ser feitas pelo e-mail interlocucoes@festivaldecuritiba.com.br
“O Festival formou a minha geração, embora naquela época o Interlocuções ainda não existisse. Agora, essa oportunidade de formação extra está aí, ao alcance de quem quiser. É um investimento que o Festival faz no futuro da cidade”, define Giovana Soar.
