Risorama faz 20 anos como um farol do humor nacional

Por Sandro Moser

Pioneiro, agregador, democrático e inspirador. Com a devida modéstia, o comediante Diogo Portugal reconhece que os adjetivos definem bem o Risorama. Criado também por ele para ser um núcleo de humor do Festival de Curitiba, o mais tradicional festival de comédia do país completa duas décadas em 2024. "Vamos fazer uma grande festa. Não é todo dia que a gente faz 20 anos. Será uma semana inteira de grandes shows", promete.

Ele lembra que em 2004 ninguém havia se arriscado a fazer um festival de humor no Brasil. "Eu e a direção do Festival fomos, ao mesmo tempo, muito despretensiosos e corajosos", disse. O sucesso foi tanto que, desde 2019, o Risorama ganhou vida própria e passou a itinerar pelo país durante o ano todo.

Para Diogo, além da defesa de fazer a comédia ser levada a sério como um gênero, o Risorama conseguiu lançar não apenas novos nomes no humor nacional, mas também novos gêneros, modelos e formatos que fizeram o humor cair no gosto popular e se tornar um negócio em todo o país. "Como não existe uma convenção de comediantes, o Risorama acaba cumprindo um papel. Tenho orgulho de ter apresentado comediantes que não se conheciam e hoje não só são grandes amigos, mas também montaram grandes projetos e produtos", afirma.

O comediante avalia que a diversidade foi uma das chaves do êxito e um diferencial do Risorama nestes vinte anos. As escalações buscam atender públicos diferentes em tempos diferentes, sempre levando ao palco o artista que está acontecendo no momento, aquele que já tem história no humor, mas também garimpando surpresas agradáveis para o público.

"A comédia é democrática. Às vezes, a pessoa sai de casa para ver um comediante famoso e chega um desconhecido e ganha a plateia. É como um jogador que ninguém conhece que entra e faz o gol do título", filosofa.

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