Por Sandoval Matheus
Pela primeira vez na história, o Festival de Curitiba contará com quatro espetáculos vindos da região amazônica. A trilha que ligará a capital do Paraná até o coração da maior floresta tropical do mundo começa a ser aberta já na primeira noite, com a apresentação de um dos patrimônios culturais do Brasil: a disputa do Boi Garantido e do Boi Caprichoso tingirá nossas ruas de vermelho e azul, desembarcando pela primeira vez no Sul do Brasil.
O mergulho continua com “Cabaré Chinelo”, um musical que conta a história de mulheres vítimas de um esquema de tráfico sexual no período da belle époque do Amazonas, quando a capital manauara colhia a glória, o dinheiro e os vícios proporcionados pelo ciclo da borracha.
Outro espetáculo é “TA – Sobre Ser Grande”, do Corpo de Dança do Amazonas, companhia referência em dança contemporânea no norte do país.
Por fim, a performance-ritual “Ühpü” levará ao palco uma cerimônia indígena, quase em nada diferente daquela que a etnia tukano conduz na mata fechada. É uma liturgia de cura, com a qual o xamã Bu'ú Kennedy Ye’pá Mahsã já garante ter resolvido, entre outras coisas, quadros de depressão e paralisia.
Pra melhor aproveitar a oportunidade, é aconselhável que nas 24 horas anteriores à cerimônia o público não pratique atividade sexual, não consuma bebidas alcoólicas e nem alimentos fritos ou assados. “Esse cheiro pode atrair espíritos obsessivos”, explica Bu'ú.
Portanto, prestem atenção na dieta e apertem os cintos. A viagem vai começar.