Neste ano, uma das atrações dentro do espaço mais democrático do Festival de Curitiba é a segunda edição da Mostra de Improvisação, que quer repetir o sucesso do ano passado

Por Sandoval Matheus

Pri de Morais, coordenadora do Fringe. Por Annelize Tozetto.

Espaço mais democrático do Festival de Curitiba, a mostra Fringe ocupará nos próximos dias teatros, pequenas salas de ensaio, praças e ruas da capital e da Região Metropolitana, com 285 atrações, em grande parte gratuitas, abertas a quem estiver passando pelas calçadas.

Em 2024, o Fringe consolida a mudança de formato iniciada no ano passado. A nova fase, organizada por mostras temáticas, conta agora com ainda mais diversidade, abrigando grupos e companhias de todas as cinco regiões do Brasil.

“A diferença é que assim o público consegue se localizar melhor dentro dessa enorme variedade de atrações. Fica mais fácil escolher, se guiando pelas mostras. E a gente também consegue dar uma estrutura melhor, atender com mais qualidade as companhias”, explicou Pri de Morais, coordenadora do Fringe, durante coletiva de imprensa na manhã dessa segunda-feira, 25.

“O Fringe é o espaço em que o público esbarra com peças de manhã, à tarde e à noite. Então, não tem desculpa de ‘ah, eu não consigo acessar o Festival’. Consegue, sim.”

Dentro do Fringe, uma das atrações deste ano é a segunda edição da MoiM, a Mostra de Improvisação, sucesso em 2023 e que agora ocupará o auditório da Caixa Cultural, com mais de 50 artistas.

“Esse ano a gente veio com um pouco mais de ambição, trouxemos mais artistas do que ano passado. Teremos mais formatos, formatos diversos, que incluem comédia e um espetáculo só com mulheres”, conta Anderson Lopes, ator, cenógrafo e coordenador da MoiM.

“Uma presença especial é o Edson Duavy, que vem fazer um solo de improviso, que não é um formato tão recorrente na cena da improvisação”, explica. “Ele vai falar de como é ser um homem preto na sociedade. E é um formato fantástico: ele pega três sílabas da plateia, forma uma palavra e a partir disso entrega uma hora de improvisação.”

Duavy é diretor e protagonista do espetáculo “Criô: histórias de onde eu vim”. Para acessar a programação completa do Fringe e da MoiM, acesse o Guia do Festival:
https://festivaldecuritiba.com.br/guia-online-32o-festival-de-curitiba/

Outro local com programação intensa no Fringe 2024 é o Palco das Ruínas, queridinho da organização, no coração do Largo da Ordem. “É um palco com capacidade pra 700 pessoas nas arquibancadas, e no ano passado a gente teve lotação máxima em todas as sessões”, observa Pri de Morais. “Este ano, vamos repetir a dose. Estamos criando um circuito off, com programação durante a noite, no horário nobre do Festival.”

“Porque é com o Fringe, no meio da rua, que muita gente às vezes tem o seu primeiro contato com o teatro. Isso tem a ver com formação de plateia”, afirma a coordenadora.

“Outra coisa que eu gosto de ressaltar é a questão do ‘pague quanto vale’. No Fringe, a gente tem os ingressos pagos, com preços variados, tem os gratuitos e tem os ‘pague quanto vale’. É uma estratégia que eu sempre sugiro às companhias independentes, porque assim elas garantem que terão um público maior. A pessoa não vai deixar de ir porque não tem grana. Ela pode ir e dar um real, ou não dar nada. Dar um abraço ou dar R$ 50. Isso também é formação de público.”

Redes Sociais