Espetáculo “A Velocidade da Luz” é um projeto coletivo e chega à capital paranaense depois de passar por seis países

Por Sandro Moser

 

Um dos destaques da programação deste ano da Mostra Lucia Camargo, o espetáculo “A Velocidade da Luz” promove nesta quinta-feira, 07, um workshop para os interessados em participar das duas apresentações que a peça fará durante o Festival de Curitiba.

A oficina acontece na Praça Santos Andrade, em duas sessões, às 10h e às 14 horas, e é voltada a pessoas idosas, com o sem experiência teatral.

“A Velocidade da Luz” é um projeto criado pelo diretor argentino Marco Canale em diferentes cidades do mundo. Na peça, ele, o “elenco” local e o público vão percorrer ruas e espaços especiais da cidade que lhes servirão como cenários.

A peça nascida numa villa de Buenos Aires, passou por Alemanha, Japão, Suíça, Espanha, Chile e, no Brasil, na cidade de Santos, sempre causando arrebatamento. “Há muita vontade de conhecer a Curitiba e seu território e mergulhar neste projeto com as pessoas.”

Mergulhar é a palavra, pois Canale não escolhe o elenco, mas absorve quem queira participar da criação coletiva. Pessoa 60+, moradores da cidade e seus arredores em geral, em situação vulnerável, com Alzheimer, dificuldade de locomoção, alcoolismo e senilidade. “O espírito do projeto é achar possibilidades nas fragilidades e diversidade entre os mais velhos de um território”, disse.

Três partes

A dinâmica única da peça é dividida em três. Começa com grupos de seis idosos que se encontram com cerca de 20 espectadores em uma praça pública. Em Curitiba, a Praça Santos Andrade.

Na segunda parte, o elenco inicia um processo de criação. A partir de suas memórias, os mais velhos escrevem histórias, cantam e dançam. Por fim, chegam a um lugar especial onde aprendem a representar. “Eles atuam como eles próprios em uma ficção sobre algo que nunca aconteceu em suas vidas”, explica.

“Parte do espírito do espetáculo é não tomar os idosos como alguém que só tem passado, mas, sobretudo, falar sobre o presente e suas visões sobre o futuro.”

Após viajar por diferentes países, Canale diz ter se dado conta que há muito em comum entre pessoas da mesma idade. “Os idosos precisam dos mais jovens e vice-versa. Mas há laços que se quebraram, enquanto corremos segurando o telefone e não temos tempo para ver quem queremos bem, mas que está fora do nosso eixo.”

Para ele, a peça abre espaços de encontro em ambas as direções e questiona o que devemos mudar ou conservar em nossas vidas? Para descobrir, é preciso tomar parte em “A Velocidade da Luz”.

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