Espetáculo que faz parte da Mostra Lubi: Cama, Cinema e Teatro, dentro do Fringe, tem cenário vivo e aborda o amor homoafetivo

Por Gadiel Oliveira e Nicole Heinzen, especial para o Festival de Curitiba

Luiz Fernando Marques Lubi. Foto: Annelize Tozetto.

O público dentro do teatro e o elenco do lado de fora. Apenas uma porta aberta liga as duas partes. Ainda assim quem assiste “Um Clássico: Matou a Família e foi ao Cinema” não permanece estático. “A plateia é convidada a pensar, participar, aplaudir, gritar e chorar”, destacou a diretora assistente Juliana Mesquita, em entrevista coletiva na Sala de Imprensa Ney Latorraca, no Hotel Mabu.

O urbanismo da cidade cria um cenário vivo no fundo da peça, e atrai um novo público que acompanha tudo da rua. Foram esses espectadores que mais chamaram a atenção do elenco pelo cuidado, participação e vibração com tudo que acontecia, construindo sentimentos parecidos nos dois ambientes. “Lá fora acontecem mágicas que quem está lá dentro fala: ‘Meu Deus, como eles fizeram isso?’. Mas quem está fora, pensa: ‘Por que que eles estão fazendo isso?’, explica.

A peça faz parte da Mostra LUBI: Cama, Cinema e Teatro, idealizada pelo diretor Luiz Fernando Marques Lubi, dentro da programação da Mostra Fringe. A mostra conta com a apresentação de mais um espetáculo, “Ainda Sobre a Cama”, que traz adaptações do cinema nacional que tratam do amor homoafetivo, e com a oficina “Como trazer os temas de hoje a partir de obras do passado: De Leonce e Lena para uma dramaturgia contemporânea”. Todos os eventos acontecem na Casa Hoffmann.

Lubi conta que a ideia da mostra surgiu há dois anos, no meio de um Festival, com a vontade de valorizar o Fringe, ambiente que ele frequenta e participa desde 2001. “Eu tinha essa memória do Fringe lotando a cidade de peças, era gente tropeçando nas coisas. E naquele momento fiz uma provocação de como podíamos fazer para isso acontecer de novo”, explicou.

As duas peças da Mostra LUBI foram idealizadas em 2023 e cruzam fronteiras entre o teatro, o cinema e a intimidade, promovendo uma reflexão sobre as relações entre corpo, narrativa e espaço cênico. “A relação mais forte entre as duas peças é o quanto a nossa esfera íntima está determinada pela esfera pública. A gente tem um discurso amoroso como se ele fosse independente do país que você vive, do seu tom de pele ou da sua vida. Na verdade, tudo está totalmente ligado”, finaliza Lubi.

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